segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Nepotismo e compadrio na Globo



A Grande Família da Globo

Carlos Mota Coelho


Nepotismo e compadrio são os principais critérios de seleção dos astros e estrelas populares. É bem verdade que filhos de artistas, assim como os de pedreiros, por exemplo, tendem a seguir a profissão dos pais, dos quais, fruto da convivência, costumam herdar seus talentos. Mas isso é exceção e raramente os rebentos experimentam a mesma fama experimentada pelos que lhes deram a luz e os holofotes da vida.


Dos grandes compositores clássicos, creio que apenas Strauss pai e Strauss filho chegaram ao estrelato. Aqui no Brasil a coisa não é muito diferente, seja no brega, no sertanejo, no samba, na bossa nova ou na genérica MPB, em que quase todos os filhos, parentes e aderentes tentam seguir os passos dos pais. Raramente algum brilha nos palcos e quando isso acontece o parentesco costuma mais atrapalhar do que ajudar, pois sempre paira a ideia de um empurrãozinho ou de um pistolão.


Músicos populares, no entanto, são avaliados por critérios bem mais objetivos e mensuráveis, dentre eles o número de discos vendidos, o valor do cachê cobrado pelas suas apresentações, o número de pagantes e a inclusão de sucessos seus na lista das músicas mais tocadas.


Já os artistas de tevê, sobretudo os de novela, além de insusceptíveis de uma avaliação individual objetiva, esses têm como escamotear as suas indigências artísticas, seja fazendo uma mera ponta, servindo de escada para um bem mais talentoso ou até mesmo atuando num papel secundário em que um personagem é criado à sua imagem e semelhança, para não correr o risco de errar em sua interpretação de si próprio. E são justamente essas características que facilitam a prática do nepotismo e do compadrio no mundo da televisão.


A Rede Globo está repleta deles, proliferando feito ratos não só na ribalta da telinha, mas também nos bastidores de suas intrincadas produções, apinhadas de sobrenomes idênticos e que rolam nos créditos finais de cada apresentação.


Como uma Grande Família, a Globo está prestes a se tornar uma República de Parentes e Aderentes. E como família, a Globo só lambe as suas crias! Uns comemoram, em pleno ar e descaradamente, os “feitos” dos outros, de aniversário a casamento. Deslizes ou safadezas, nunca, mesmo porque são pios, puros e castos, os que trabalham na Globo. Seus programas de entrevistas são pródigos no compadrio, pois o Jô entrevista  Ana Maria, que entrevista o Jô, que manda um beijão pro Faustão, enquanto este manda beijos pra Fátima Bernardes e pro seu maridão Bonner, ontem entrevistados pela Xuxa, em retribuição ao fato de ela ter sido entrevistada na semana anterior, tudo tendo por fundo musical sucessos de seu selo Som Livre!


Só eles são talentosos, sérios e honestos, pois o resto é resto e plim-plim final!

Um comentário: