sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Eu, Técnico da Seleção Brasileira

Dr. D é cagado e cuspido o técnico Zagalo e eu, segundo os meus admiradores, sou a cara e a careca do técnico Antônio Lopes. Verdade, pois andando numa manhã de domingo pela praia de Copacabana, minha terta Meire junto, fui duramente criticado por um carioca abusado:
- É Antônio Lopes, de boa aqui na praia e seus jogadores só fazendo merda! Melhor chamar os meninos do Flamengo... E eu:
- Ô cara, o técnico da Seleção Brasileira sou eu e escalo quem que eu quiser!
Outra feita, Antônio Rodrigues me chamou para comer uma buchada de bode na Feira das Periquitas e levou, vestido na camisa do Flamengo, Dr. D, sósia do Zagalo. Por aquele tempo, eu - ou melhor, Antônio Lopes - era técnico do Vasco. Quando entramos, uns abusados em um mesa próxima, começaram a nos apontar e dizer: - Tá venu, gente, a marmelada que é o futebol brasileiro. Fingem que brigam em campo e vêm esconder na periferia e tomar cerveja!
As ratas do Dr. D

Um colega que acabou de ler o post do volume morto, reconheceu a figura que quer processar o governo paulista, conhecida por suas ratas e foras e me passou um resumo da história que vou contar.
Na festa de aniversário de seu neto, Dr. D., já a postos para os parabéns e a soprada do bolo, disse alto às centenas de convidados e ao fotógrafo: - UM INSTANTE! VOU ALI ESVAZIAR A BEXIGA! Dr. D. saiu correndo e o netinho correndo atrás dele, gritando e tentando proteger os balões da festa: Agora não, vô... Não esvazie as bexigas! Só depois dos parabéns! Coitado do netinho, pois o avô doutor acabara de sofrer uma incontinência urinária!
De Mota para Cotta

Fui recentemente à casa de um Senador da República, numa reunião política do meu amigo e colega deputado RODRIGO ROLLEMBERG, candidato a Governador do Distrito Federal. Lá, ao ser apresentado pelo amigo Kiko Caputo fui confundido com Carlos Cota, deputado por Minas,muitos anos atrás. Bem alto, ouvi: - É claro que conheço!, ganhei um apertado abraço e um elogio cochichado em meus ouvidos: BELA PLÁSTICA...DEPOIS ME PASSA O NOME DO CIRURGIÃO!
Viagra no Volume Morto

O politicamente correto está tornando o mundo cada vez mais chato. Sou quase sexy - completo 60, ano que vem, se Ele deixar - e prefiro que me chamem de nada ou de velho. Acho muito mais bonito do que idoso e não me venham com histórias como "melhoridade" e coisa e tal. Outro dia, me encontrei com um amigo, já entrado na fase outonal e ele me falou que estava pensando em processar o governo paulista, por atentado ao Estatuto do Idoso, ao se referir ao fundo da ex-Represa da Cantareira como VOLUME MORTO! Quase que dei a ele uma caixa de Viagra, para por fim a tamanha bobagem.
Quando a Véia Viu o Volume Vivo

A missa matutina estava lotada naquele domingo, quando Zalino Mocó, peladão da cintura para baixo, entrou por uma das laterais da igreja, atravessou em frente ao altar e saiu pelo outro lado da sacristia. Dona Corina Badaró, virgem e carola, espalmou as suas delicadas mãozinhas e, por entre os dedos, viu pela primeira vez em sua vida um impávido colosso e exclamou: - Não quero nem ver, gente!? Em Minas Novas, esta expressão equivale à chaviana: FOI SEM QUERER QUERENDO!
Meus eus que não se entendem

Meus vários "eus" nunca se entendem, sobretudo quando o assunto é política. O Carlos Mota y Hedonista, por exemplo, a detesta e sofre nas garras dos outros "eus", levando a pecha de alienado.
Que todos eles não saibam disso, mas no fundo HedoMota- como carinhosamente lhe chamo - é o "eu" de minha predileção, pois afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana, o prazer entendido como felicidade.
Estoice Mota, o meu outro eu, grave e circunspecto, acha que Hedo é consumista, mas está redondamente enganado, pois consumismo é o extremo oposto do hedonismo, por ser liberal e capitalista, onde a felicidade só se completa pela posse de bens materias.
Descendente direto do grego Zeno de Cito, o meu "eu" estóico me quer, o tempo todo, um poço prenhe de virtudes e, ainda por cima, num viés utilitarista, acha que só vim ao mundo com o objetivo único de servir à sociedade, coisa que fiz por muito tempo, mas dela estou aposentado.
Além desses meus "eus", sofro com outros que fazem do meu ser uma Casa de Mãe Joana. O comunista e ateísta "Comuna y Mota" e o cristão "Cristiano della Mota", volta e meia se engalfinham com o historicismo, o capitalismo, o socialismo, o imperialismo, o funcionalismo, o marxismo, o cientificismo e, eu, diante de tantos "ismos", falto querer me atirar no abismo.
O meu amigo escocês Johnny ama o meu Carlos Mota Hedo, enquanto Galvus, o cara que me controla a glicose, bem assim Xalatan, o que me defende do glaucoma, acham que devo seguir os conselhos do chato do Estoice. Comuna, pra arrepio de Útila de la Motta, quer que eu dê pros outros a barafunda de inutilidades que possuo. Cristiano, por seu turno, não se importa em me ver morto, pois pensa que viemos à Terra apenas para sofrer e que bem melhor é a vida lá no andar de cima.
Para Cristiano, melhor que eu vote em Marina. Capita & Mota pensa diferente, pois acha melhor o néscio do Aécio. Os demais, querem que eu crave o meu voto na Dilma. E, como são maioria, vou na onda deles, pra júbilo do meu eu Demota (demo, não de demônio, mas de democracia!). Mas tomara que chegue logo o dia da votação, pois temo mudar de ideia, tamanha a pressão de tantos "eus"!
Quase nunca escrevo à noite, porque o meu amigo escocês Joãozin Caminhador não deixa. Num cochilo dele ali na mesa, corri aqui para desejar a todos vocês uma ótima noite, povoada dos mais belos sonhos, que, apesar dos pesares, ainda podemos sonhar, sem que os "consertadores" do mundo possam nos proibir, ainda que consigam atrapalhar. A eles, desejo pavorosos pesadelos, tipo o milionário saldo bancário vai se apagar, o motor da Ferrari vai fundir, a esposa socialaite fugirá com o porteiro, a Dilma vai ganhar, o Brasil vai dar certo e eu vou parar de falar mal do dinheiro, para, uma vez eleita, lhe criticar se, desta vez, não acertar!
Meu Ministro de Obras, Geraldo Merdinha

Logo que apareceu aqui, Geraldo, todo orgulhoso, disse a um sujeito que estava lhe tirando de tempo, que já havia aparecido inté in televisão, e contou que, certo dia, em sua Várzea da Palma natal, ele, molecote, estava fazendo bagunça numa praça, quando a polícia correu ao seu encalço. Geraldo se embrenhou num ermo escuro, mas mergulhou numa grande fossa que recebe todas as merdas do varonil povo de Várzea da Palma. Mergulhou fundo, mas subiu à tona e, com o nariz de fora, só foi encontrado, nadando placidamente naquela piscina, no dia seguinte, num resgate que foi transmitido pela tevê em todo o Brasil. Não deu outra e virou Geraldo Merdinha!
Abaixo os homens!

Netos e pretensos herdeiros presuntivos do Trono da Cafuringa, Pedrão - Príncipe das Astúcias - e Lucas - Príncipe de São Pedrisburgo, em Beagá - podem tirar o cavalinho da chuva, pois as Infantas Tainá e Yasmin, por disposição régia, têm precedência na linha sucessória, mercê de que a nossa nascente nação é um matriarcado, como de resto está virando - para o bem de todos - a Nação Brasileira. Ontem mesmo, na nossa reunião etílica de cúpula, discutimos isso demoradamente, em razão de uma observação feita pela Princesa Luisa Inácia Adams, que, do alto de seus treze anos de idade, não entende a razão de os gregos negarem o voto às mulheres, mas tê-las como Deusas. Injustiça que o CafuringDom ora repara!
Agruras de um chefe de desgoverno

Como duque consorte de Sua Majestade, a Queen Mary, e chefe de governo do reino cafuringlês, já venho sentindo na pele as agruras do governar, pois o meu Ministro de Obras, Geraldo Merdinha - depois conto a história dele e do apelido- está enfrentando um movimento paredista, que pode comprometer o nosso extenso calendário de festas.
Aliás, quando eu era brasileiro, também achava que mazelas só existiam em meu ex-Brasil, coisa que pensa a maior parte dos tupiniquins, povo que tem a mania de só ver qualidades nas nações estrangeiras.
Numa eventual reunião do Mercosul, pretendo sugerir à maritaca eleita uma bolsa-viagem ao estrangeiro, a ser dada aos que vivem dizendo que os Estados Unidos são um paraíso, que na França jorra caviar e Moet Chandon e que as ruas da Alemanha são cravejadas de pedrinhas de brilhantes, daquelas feitas para ver o meu amor passar! Nada disso, fotografamos lixos em beira de ruas germânicas!
Negativo, pois a única vez em que fomos assaltados foi na escada rolante da loja de departamento Macys, em Nova Iorque, levamos golpe de motorista de táxi em Barcelona, furto de cerveja em Montreal e, recentemente, alvo de preconceito na Alemanha, que, até hoje, sofre com a corrupção nas obras de reconstrução de Berlim, iniciadas - mas não terminadas - mais de sessenta anos atrás! E minha rainha Mary quer que eu toque as minhas, a prazos e dinheiros curtíssimos, tendo por Ministro de Obras um sujeito apelidado de Merdinha!
Voto soprado

Valmir pediu ao candidato Murilo Badaró um instrumento de sopro. Já se aproximando as eleições, Murilo, alérgico àquele tipo de coisa - justiça seja feita! - cansado das investidas de Valmir, apelou e disse: - só te dou o instrumento de sopro se você soprar o voto na urna! Tenho certeza que aquele meu compadre soprou o voto em Murilo, mas morreu sem conseguir soprar em seu ansiado instrumento de sopro!
Coitado do Eike Batista

Um amigo que é amigo de um ex-amigo de Eike Batista me propôs ontem que eu, um cara que já morou em muitos cinco estrelas e até mesmo numa mansão do Lago Sul, mas que hoje vive pobrescamente num cafundó de nome Cafuringa, bem que poderia submeter o novo pobre coitado do Eike a um treinamento introdutório, com vistas à sua adaptação a essa situação em que nove em cada dez brasileiros estão acostumados a viver.
De fato, se eu fosse organizar a grade curricular eikista, começaria por uma viagem em um sambado ônibus que, aos trancos e barrancos, liga a suntuária capital Brasília a este Lago Oeste, cujo espelho dagua ainda não achei. Antes disso, uma cervejinha em copo de requeijão no Bar do Bidu, na Dezoito e ali mesmo, à noite, um forrozinho no Seu Manoel ou até mesmo uma esticada no Brega da Eva, perto do Poço Azul, onde Lumas em plumas goianas fazem a festa da machaiada daqui. É bem verdade que este último conteúdo programático, eu, um senhor casado e congregado mariano, não posso ministrar, coisa que Mazin, levando Eike na garupa de sua estropiada 125 cc pode fazer, bem assim o Vanderlei, na carroceria estropiada de sua F-100, modelo 1960.
Dependendo da disposição de Eike, ele pode tomar conta de uma dessas chácaras que os donos só vêm de vez em quando. Nesse caso, nada recebe, mas tem o dia livre para empreitas e diárias, na faixa de R$70,00 ou, dependendo do espírito caritativo de nosso amigo e vizinho Falvin, bem que poderia construir um barraquinho no fundo de seu latifúndio e ficar lá de butuca, espantando os larápios que costumam ladroar por perto.
Se bom no manejo de pés de cabra e alicates, Eike teria boas chances de engrossar as fileiras dos Sem Terra que moram aqui perto, cuja agenda de trabalho na macega goiana anda cheia, como também próspero tem sido o Crematório de Cachorros que se instalou aqui por perto. De igual modo, conhecendo alguns planetas e estrelas, Eike pode também engrossar o nosso polo astrológico, um dos maiores da América Latina, desde obviamente que não se meta a fazer previsões econômico-financeiras.
Auxiliado pelos meus amigos e colegas Zé de Tristão, Cacau e Manezin de Candinha, meu irmão Felipe, Deca Bizorrão, Taco A Quarta e demais sobreviventes do holocausto da Pensão Mineira, não teria dificuldade em ensinar a Eike como passar dias e mais dias sem comer, conseguir dormir entre ratos e baratas, compartilhar meias e cuecas, espremer pasta de dente, pregar chicletes em bico de bota furada, colar dentão da frente com Araldite, filar café e pão em lanchonete de empresa, entrar de graça no Mineirão e, mesmo assim, ter muito sucesso com as meninas.
Mas o que mais a nossa turma pode ajudar o coitadin do Eike é, em meio a tudo isso, ele aprender a dar boas e sonoras gargalhadas!
E ao ex-amigo, recomendo ao meu amigo que é amigo dele, que não venha tentar se reaproximar de Eike, se Eike voltar a ser rico aqui na Cafuringa, justo agora que, com o resultado do plebiscito, nós do Reino Unido não mais vamos perder o petróleo e o gás do Mar do Norte. A sorte está lançada, Eike!
Falta de assunto


Viver permanentemente atado à normalidade é a mais acintosa forma de loucura. E é porque penso assim que eu próprio provoco em mim, diariamente, pequenos curto-circuitos ou até mesmo verdadeiros surtos de doidices. Por muito tempo tive que fazer isso escondido, sob pena de ser aposentado por invalidez ou de algum suplente me abiscoitar o mandato de deputado federal.
Costumo fazer o que me vem à telha e mudo de opinião ao sabor do vento. De uns dias pra cá, por exemplo, virei monarquista, coisa que para mim não é muito difícil, pois fui Rei do Rosário, vice-presidente-Rei da Justiça Divina, votei pela monarquia no plebiscito de 1993, tenho um grande amigo que o é, o Dr. Roberto Nobre Mader Machado e apoio as iniciativas do Instituto Dona Isabel II (para os comuns dos mortais, a Princesa Isabel, A Redentora). Além do mais, no 7 passado, apartei a Cafuringa do Brasil e ontem, pela força de meu pensamento, impedi que o Reino Unido perdesse a minha amada e diariamente bebida Escócia.
Volta e meia, amigos à beirinha de um ataque cardíaco fulminante, largam os seus cativeiros e pedem asilo aqui na Cafuringa, onde lhes ministramos doses de líquidos espritantes, misturadas a conversas hilárias e delirantes. Com poucas horas, as suas fisionomias mudam, o corpo relaxa e seus neurônios, poluídos por operações bancárias, credores à porta, clientes chatos, implantes de próteses dentárias, penianas também, passam a se ocupar da trajetória, das cores e dos cantos dos passarinhos, da graciosidade do nadar dos peixes, do multicolorido das flores e, sobretudo, do verde que nos cerca aqui na Cafuringa.
E por falar em verde, me afeiçoei tanto a ele, que o aro dos meus óculos, a capinha do celular, o meu isqueiro, todos são verdes. Na minha fase careta, eu estava sempre metido em ternos pretos, até que me libertei desta anti-cor e comprei uma calça verde, pra espanto dos amigos que me viram aportar em plena Brasília que nem um periquito australiano, com um chapeuzinho com uma tira verde à cabeça! Quase que me espantaram da mesa do restaurante, à vista de indumentária quão parangolística.
Como logo mais à noite vou me encontrar com eles - e para que eu não corra o risco de ser barrado na porta do restaurante - comprei anteontem indumentária de outra cor, a mesma azul-calcinha que a presidenta Dilma vem usando em suas aparições no horário político. Afinal, como ando neutro nestas eleições, persistir no verde pode levar alguém a supor que estou apoiando a verde Marina! Como não uso branco, não há como alguém achar que estou apoiando o Aécio!
Com certeza, após uma semana de pesado batente, vou me encontrar com eles na tábua da beirada, mas amanhã, sem falta, eles estarão aqui na Cafuringa, recarregando as suas cacholas com as minhas providenciais maluquices.

Carlos Mota, Duque de Edimburro, teclando diretamente do Palácio de Bugigangas, sede do Reino da Cafuringa.
O meu cunhado Régis, consorte de minha cunhada e rainha Marlânia, vivendo numa das melhores chapadas do Planeta - a Chapada do Corisco, onde se assenta a linda Teresina - estava comigo no Sítio Ararat, um paraíso que Margarida e Adelson criaram na floresta de transição entre o Nordeste a a Amazonia. Era a passagem do milênio, no ano 2000 e o magnífico casal nos proporcionou uma festa de três dias, uma banda por cada noite... No último dia, resolvi subir numa mangueira e deliciar uma manga que pendia em seu galho. Régis, então, me chamou pra ir embora, mas imediatamente concordou comigo, assim que eu disse: - Régis, alguém está nos mandando embora! E Régis disse não. E eu: - então, cunhado, não temos razão alguma pra irmos embora! Varamos a noite e raiamos o dia!