quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Eu que não me sento no trono deste apartamento, com a boca cheia de dentes, esperando a morte chegar!
De que adianta tentarmos prolongar as nossa vidas, deixando de fumar ou beber, indo a médicos, tomando remédios, ralando em ginásticas, fazendo regime, fugindo de polícia ou assaltante, consertando dentes, carros, peitos, casas, bundas, cabelos, se não cuidamos do único lugar no Universo em que podemos viver? Temos que parar de falar, escrever, orar, rezar, protestar e fazer algo de concreto.
Tornado no Planalto Central, seca em São Paulo, morsas fugindo do Ártico e Fanado secando

Não somos ambientalistas ou ecologistas de papo, palanque ou texto, pois podemos afirmar, eu e Meire, que centenas de árvores plantamos, milhares impedimos de serem cortadas e conseguimos fazer da Cafuringa um oásis em meio a centenas de hectares de pura devastação.
Senão para o nosso deleite, isso não é o suficiente, pois sem o equilíbrio total o nosso Planeta Terra não se sustenta.
Recados, inclusive pelos esquimós, vêm sendo dados faz muito tempo. Anteontem, foram as morsas que fugiram do Ártico. Há meses, a seca em São Paulo e, ontem, um tornado em pleno Planalto Central, como que nos avisando que, se continuarmos judiando do nosso planeta, o fim dele e do nosso está próximo!
Rola entrando

Geraldo me disse: Rôla entrou no Dolar, no Toninho do Diap e Viviane Ponte Sena, depois vai entrar no Flavinho Vidiri, no Júlio da Geralda Fernandes. O senhor vai deixar ele entrar no do senhor e da Dra. Meire. E eu, vai te catar, Geraldo. E ele, nénão, Rôla é o Cícero Rôla QUE ENTROU NO SÍTIO DELES, PEDINDO VOTOS. Ah bom!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Após ler a lista dos candidatos a Deputado Estadual, por Minas Gerais

Acho que vou colocar LAVIOLA no SACOlão TOTAL , atravessar o CORGOSINHO a nado, me agarrar a um CIPÓ e, feito o LOBO, tentar comer a VOVOZINHA. Cheguei aqui, AMIGÃO, de CARREIRINHA, montado em minha mula MADRINHEIRA, mas poderia ter vindo de TÁXI, VAN, MOTOTÁXI, SKATE, AMBULÂNCIA ou TRATOR, mas temi a LEI DE TRÃNSITO, pois estava carregando um BARRÃOZINHO, o ROGÉRIO SUÍNO, muito GORDURÃO, pois adoro CACHORRO QUENTE, feito por LUIZ PORCÃO, no BIG MIX, acompanhado de IOGURTE num CANECÃO. MATO COBRA e mostro o CABEÇÃO de meu FERRÃO e, com ele, eu deixo o JOÃO RASGADO, pois FELIZARDO é o meu PINTO DETETIZADOR entrando na SHANA de TIETA. PQD FOREVER, MEU REI, pois topei com BIN LADEN, bem MAGRÃO e de BIGODE parecido com um de um GAÚCHO e, feito PINDUCA, desci, LADEIRA abaixo, o ESPIGÃO, só porque quis meter o meu PASSARINHO na COISA da PROFESSORA. Tiveram-me por RICARDÃO, metido a GALO, mas sou um JOVEM bem velho e muxibento, quase sem GÁS, feito aquele LELECO da Rede Globo. Quando eu era PAQUITO, uma CRIANÇA FELIZ me acusou de MESTRE URSO e o PROMOTOR mandou a DELEGATA, junto com o CABO LULU, me prender. Enfrentei ele, o SARGENTO, o TENENTE e meti minha ESQUERDINHA no FOREVER de um deles. E ele saiu de cata CAVACO, que nem aquele personagem do CHICO ANÍSIO. CORNÉLIA COSTUREIRA foi quem costurou o seu uniforme RASGADO e um DENTISTA, na MARRA, arrancou os dentes que lhe restaram. Diz o Papa ARGENTINO: - DIOSQUÉRIDA - e Deus e seu PROFETA maior sempre quer - o nosso país FELIZARDO, mas o raio da gaveta e da CAIXETA sempre CHISPITA o nosso dinheiro. Não tenho como comprar um CANECÃO de TACACÁ e por isso matei um TEÚ, na fonte do TORORÓ e tomei um café do ZÉ COADOR. Fui parar no HOSPITAL, onde a ENFERMEIRA me ministrou VINAGRE com casca de SUCUPIRA, comprada na mão de LAERTE DO DEPÓSITO. Não sou nenhum LÉO BURGUÊS pra pagar tratamento com o TERAPEUTA DO JALECO ROSA, pois sou um FAVELADO que ganha a vida como GARI e nem QUARENTINHA tenho no bolso pra comprar um simples CAIXÃO, muito menos um DESINFETANTE. CHIQUE mesmo é a CLARA TRANSPARENTE e a LINDA ISABEL, não eu que vivo de comer SARDINHA e MILHO do BORRACHEIRO. Este É DE DEUS, pois não dança BILISQUETE, trabalha com RECICLAGEM e não BOTA FOGO em lixo, que nem SAPÃO, vizinho de Tião CUEM CUEM gosta de fazer. Pena que TIÃO DA ANTENA não veio arrumar a minha tevê e não posso continuar assistindo o horário eleitoral de Minas Gerais. ACORDA BRASIL, vamos subir no PALANQUE, pois preta está a COISA.
Todas a palavras em caixa alta são apelidos de candidatos a Deputado Estadual por Minas Gerais.
Um espanto!

Fiquei espantado ao deparar na lista de candidatos a DEPUTADO FEDERAL, por MINAS GERAIS com um candidato de sobrenome ESPANTADO, gaguejei ao achar um GAGUINHO, ceguei de raiva ao achar um CEGUINHO, quase me aterrei ao ver um PÉ DE CHUMBO e quase que fui atropelado por CEM DA BICICLETA, em frente ao Clésio do SACOLÃO; quase vomitei ao ver um FILÉ do Barretão, misturado ao GELEIA, cozinhado no FOGUIM por Geraldo FUMAÇA, temperado com PÓ ROYAL; rolei de rir com o PALHAÇO BREAK e com as mágicas do MISTER M, enquanto, na jaula, o MACACO TIÃO esmurrava os próprios peitos. Gritei, Santa Maria, MÃE DA IGREJA, mas ela não me TROUXE A SORTE de achar algum digno do meu voto.
Abra os ZÓI eleitor!
Procurando candidato no palheiro

Entro no site do TSE e sou informado de que 25.177 cidadãos brasileiros se candidataram à Câmara dos Deputados e às Assembleias Legislativas pelo Brasil. Com um estoque tão alto de candidatos, penso não ser difícil escolher bem e preencher todas as quinhentas e tantas vagas da Câmara Federal, bem assim não sei quantas de deputados estaduais, com os melhores quadros da cena política brasileira.
Fui motivado a fazer isso pela nossa amiga de Face, Rosa Palmeirão, que me passou uma lista em que o blog PAPO DE HOMEM elencou o nome de vinte e quatro deputados (num universo de 25.177) que, segundo o blog PODEM VALER O SEU VOTO NESSAS ELEIÇÕES. Rose me pediu que eu examinasse a lista. Examinei e quase todos são por mim desconhecidos. Do meu finado mandato, só vi ali o nome de um então colega deputado.
Em seguida, acessei a lista dos candidatos a deputado federal por Minas Gerais e fiquei espantado, pois afora os de sempre, não localizei um gato pingado sequer que, a meu ver, seja capaz de fazer a diferença (obviamente, um critério inteiramente subjetivo).
E o meu espanto maior foi deparar na lista com um candidato de sobrenome ESPANTADO, gaguejei ao achar um GAGUINHO, ceguei de raiva ao achar um CEGUINHO, quase me aterrei ao ver um PÉ DE CHUMBO, quase que fui atropelado por CEM DA BICICLETA, em frente ao Clésio do SACOLÃO; quase vomitei ao ver um FILÉ do Barretão, misturado ao GELEIA, cozinhado no FOGUIM por Geraldo FUMAÇA, temperado com PÓ ROYAL; rolei de rir com o PALHAÇO BREAK e com as mágicas do MISTER M, enquanto, na jaula, o MACACO TIÃO esmurrava os próprios peitos. Gritei, Santa Maria, MÃE DA IGREJA, mas ela não me TROUXE A SORTE de achar algum digno do meu voto.
Tá brabo, amiga Rosa Palmeirão
A temperança

Cultivar a temperança, uma das virtudes cardinais, pelos menos no entender dos idiotas dos gregos, não é nada fácil, sobretudo para um sujeito que, por vontade de seus imaginários súditos, enfeixa na Cafuringa o papel de monarca, presidente, potentado, caudilho, doge ou bambambã, desde que a patroa não chegue e diga: - vá pentear macaco e caçar o seu lugar! Como ela chega tarde, me vejo na obrigação de cuidar das coisas de um reino que é cobiçado pelas cabeças coroadas ao redor, mas também sujeito a rebeliões, levantes, revoluções e guerras intestinas, sem contar os ronaldinhos fenômenos da natureza, como o vendaval que, hoje, passou zunindo e tinindo pelo pobre telhado de nosso Palácio de Bugigangas. Até agora, entre rápidas vindas ao meu FOU - Face (Diário) Oficial da União, fui comunicado, pelo menos umas vinte vezes, pelo meu Ministro da Defesa Geraldo Merdinha, de quase catástrofes, tsunamis, vazamentos de gás, terremotos, torneiras pingando, maremotos, portas emperradas, aeromotos, tomadas estragadas, erupções vulcânicas, goteiras, furacões, que segundo ele rondaram o nosso território neste fim de dia.Tentei acudir a todas essas ameaças, mas quase não dei conta do recado, pois o nosso embaixador escocês, Sir Johnny Walker queria por que queria que eu fosse despachar com ele. Quase que perdi a temperança e a esportiva!
Quando escrevi "Aconteceu na Cafuringa", embaracei numa licença poética e Meire entendeu que a comparei a uma cobra cainana. KKK Ficamos meio abalados, mas Tainá aqui apareceu, viu uma revoada de borboletas - Ela viu um panapaná, me apontou e garantiu a crônica que republico aqui.

Tainá no panapaná!

Levei uma proverbial surra da musa e fiquei, travado, jururu e encabulado, uns dias sem escrever. Até pensei que me livrei desse estropício de vício que carrego desde a infância, culpado por minha deselegância para com a minha musa. E de que futrica ela me acusa e que a deixou tiririca? ‽De que abusei ao escrever contos em que conto hilárias passagens na Cafuringa, em que, numa delas, ela acha que, por conta do vinho e da pinga, respinga uma ponta de desapreço em sua pessoa, ao compará-la, este seu marido chato de polaina, no contexto do meu texto, a uma cobra cainana? Mas ela não é boba nem Poliana! Porém acho que não tem razão e, por isso, não mereço a sua dura peroração que em meus ouvidos ainda ecoa. Mas em mim ressentimento voa e raiva esboroa. Afinal não pega bem a um coroa à toa ficar amuado por ter sido censurado pela própria patroa. De boa, mesmo que ela não tenha levado em consideração poemas que para ela fiz de montão, inclusive um de nome “Voa, Fax, voa”, eu aqui e ela em Madri e outro de nome “Luzes de Navegação”. Não sei se a musas se pede escusas ou perdão. Acho que não, pelo menos de maneira formal, pois dum poeta, ainda que poeta menor e em recesso, o que se poder esperar é verso em prosa, prosa em verso, como este que passo a fazer pra nossa neta Tainá! “Dia seguinte ao incidente, que quase me fez perder os dentes, Tainá toda contente pulou no colo do demente avô. Acho até que ela adivinhou que eu estava chateado e tinha que sair daquele estado. E ela apontou pra porta que liga a cozinha à horta, quando borboletas num lindo panapaná encheram de alegria a Tainá. Quanta alegria ver Tainá cercado por um panapaná. Tainá em Tupi é estrela e estrelas formam constelação. Panapaná, em Tupi um montão de borboletas, tirou da minha caçoleta o que estava a me chatear. Logo pra longe voaram, restituindo a alegria deste seu avozão!” Então voa Tainá, voa e diga à sua avó pra acabar com o trololó e perdoar o seu avô!
Panapaná. s.f. Bras. Bando de borboletas, que migram em certas épocas, formando verdadeiras nuvens.S.m. Planta leguminosa-papilionácea.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Curtas são as pernas da mentira!


Quem me conhece pessoalmente sabe que, tanto eu, como Marina Silva, de magros e frágeis que somos, um simples pé de vento é capaz de nos colocar em órbita.
A Marina candidata, justiça seja feita, não difere muito da Marina em pele e osso, o que não foi o meu caso numa das eleições que disputei, em que eu, um bucho, apareci nos cartazes e santinhos, lindo feito um artista de cinema e, ainda por cima, com uma cara enorme de um Silver Stallone.
Embora um fracote, fui processado por supostas pancadas que dei num candidato a prefeito de Leme do Prado, o João Benedito. Neguei a autoria o quanto pude, mas a notícia do meu feito correu o Vale do Jequitinhonha, bem assim Minas Gerais.
Passados alguns meses, vou a Araçuaí, acompanhando Itamar Franco, no lançamento da Pedra Fundamental da Represa de Irapé. Terminada a solenidade, resolvi abandonar a comitiva governamental e ir a Minas Novas, visitar dona Elisa, parentes e amigos.
No meio do trajeto, meu irmão Felipe resolve parar num posto de gasolina de Acauã. O dono, assim que nos viu, estourou vários rojões e o seu bar se transformou em festa. De repente, entra um sujeito meio bêbado e se senta justo à mesa em que Felipe e eu estávamos. Como ele não nos cumprimentou, o dono do bar passou-lhe um sabão:
- Cumprimenta o Doutor Carlos Mota, sujeito!
E o sujeito:
- Quaquaquá, que mané de Carlos Mota esse fiapin de gente aí... Carlos Mota, já vi no retrato, é um bitelão dum homão que entortou a cara do valentão João Benedito!
Quando os roedores roeram o diploma concedido por ratos

Já que a minha praia é contar causos e, quando se conta um, o outro vem de arrasto, me lembrei de outro título que pouco ou nada fiz por merecer. Segue a história:

Quando mudamos do suntuoso Lago Sul para este paupérrimo Lago Oeste, trouxemos a nossa tralha, bem assim o papelório de quando fui deputado. Sem lugar para abrigar aquela trembecada toda, mandei guardar as caixas num velho galinheiro. Certo dia, me chega o caseiro e me mostra um diploma enorme, a mim concedido pela Câmara de um grande município mineiro...
- Dotô, tem que fazer alguma coisa, pois ispia só, os ratos tão rueno o deproma do sinhô!
E eu:
- Não tem probrema não, Cráudio, estão todos em casa... Porque o diploma me foi dado pelos seus irmãos ratos!
As Estrelas


Tainá foi o nome dado por Priscila e Alexandre  à sua filhinha. Adorei, pois o nome é lindo, a menina mais linda ainda e ele, na língua Tupi, significa “estrela”. Além disso, horas após o nascimento de nossa estrela, ocorrido às sete e trinta desta manhã de 30 de setembro, eu me dirigia à Cafuringa, quando, de uma moto que seguia à nossa frente, um gaupeiro arriou a viseira de seu capacete e começou a apontar o dedo em direção ao céu. Fernando, nosso motorista, no ato o teve por doido, o que certamente pensaram todos que seguiam atrás, pois neste mundo de hoje o céu nada representa para a humanidade, toda ela com as fuças no chão, em busca de algo que possa saciar o seu vício de possuir coisas. Afinal, nuvens, lua, estrelas, constelações e galáxias não possuem valor agregado algum e não são commodities! Mas eu e Maud, tia de Tainá, fizemos com que ele parasse o carro no acostamento, saltamos dele num pulo, olhamos pro alto e deparamos com uma imagem fantástica: um halo em torno da nossa estrela-rainha, o Sol. E, enquanto centenas de carros passavam em alta velocidade rente a nós, nos extasiamos com a aquela estupenda visão do Sol, rodeado por uma auréola radiante, onde as cores de um arco-íris pareciam dançar uma bem ensaiada coreografia. Fotografamos e filmamos, mas sobretudo exercitamos nossa faculdade de ver aquela maravilha a olho nu, não vestido de lentes, como acontece com a maioria das pessoas, que, ao invés de curtirem as belezas do mundo, preferem se esconder, no ato da maravilha, por trás das objetivas de suas câmaras e tablets.
Mas assim que me reinstalei no carro, lembrei que Sol e Tainá são estrelas e fiz o restante do percurso até a Cafuringa mergulhado em reflexões sobre ambos. Como me meti na Glotologia, ao escrever um arremedo de dicionário, me pus a refletir sobre o que levou os índios a chamar as estrelas de “tainá”, ou os portugueses a chamar tainá de “estrela”, americanos de “star”, gregos de “áster”, híndis de “sitara”, russos de “svezda”, franceses de “étoile”, latinos de “stare”, alemães de “stern”, italianos de “estella” e judeus de “esther”. E foi mentalizando a sonoridade de cada uma dessas palavras que comecei a perceber que todas elas, independente da língua a que pertencem, possuem um traço sonoro comum. É bem verdade que a maioria das línguas aqui citadas pertence a um tronco comum, sobretudo o Latim. Mas “esther”, do hebraico, guarda a mesma sonoridade, assim como “star”, do inglês e “stern” do alemão. De fato, embora de troncos diferentes, esses idiomas são remotamente parentes. Voltando a Tainá, se colocarmos um “s” bem sutil antes do “t”, como que “sibilando” o início da palavra, temos que o mesmo traço sonoro comum aqui tratado se repete. Se toda a humanidade presente possui de fato um ancestral comum, pode-se dizer que  todas as línguas hoje faladas também se encontram num mesmo ponto, num passado remotíssimo, quando o homem passou a se comunicar através de sons. No início o seu “vocabulário” certamente era constituído de poucas palavras, as estritamente necessárias à sua sobrevivência, como água, fogo, comida... Estrela, com certeza também, pois elas eram imprescindíveis como guias em suas andanças pela savana africana. Tão imprescindíveis que a força sonora que nelas foi impressa perpassou por tantas línguas, hoje totalmente afastadas do núcleo sonoro primal.
E Tainá, a menina, descendente, como a maioria de nós brasileiros, de negros, índios, europeus e mais um tantão de outros povos, ganhou um nome que trás em si a marca do entrelaçamento lingüístico, a provar que todos os homens que palmilham o nosso Planeta fazem parte da mesma família, assim como todas as estrelas, independente de suas respectivas galáxias, fazem também!
Viva Tainá!
TAINÁ E AS ESTRELAS


Hoje a Tainá nasceu
Linda e tão radiante
Que algo surgiu no Céu
Em torno do Sol escaldante


Uma auréola o envolveu
Quando ele estava a pino
Como que o nosso Deus
Quisesse marcar seu destino


Tainá significa Estrela
O que o Sol também é
E Deus mandou dizê-la:
Serás uma grande mulher!
Apenas para demonstrar certas calhordices da mídia

Deram-me um título que nunca mereci!
Anos atrás, fui considerado por uma grande revista de circulação nacional como um grande especialista em obras de arte. A revistona me dedicou três páginas, com foto e tudo, enchendo a minha bola e a de outro colega procurador.
De fato, assim que comecei a vir a Brasília, notei em gabinetes do INSS, bem assim jogadas de qualquer jeito, obras de arte, sobretudo do pintor Santa Rosa e até mesmo uma gravura de Picasso.
Certo dia, fui ao presidente do INSS e ele, um ignorante em arte e cultura, achou que como procurador eu deveria me preocupar com outras coisas. Fiquei puto com aquilo e fui atrás de alguém que pudesse botar a boca no trombone e salvar aquele patrimônio do povo.
Na Câmara, me encontrei com um jornalista - hoje muito famoso -e um fotógrafo de alto coturno e eles toparam fazer a matéria. Aproveitando a ausência do presidente do INSS, entramos em seu gabinete e nos demais e fotografamos aquelas obras de arte.
Dia seguinte, segui pro Marrocos com Meire, onde assistimos a concessão, pela Unesco, do título de Patrimônio da Humanidade de Diamantina.
Dez dias depois, ao voltarmos da África e da Europa, deparei com a revistona enchendo a minha bola, muito além do que eu - reles procurador e cru no exame de uma obra de arte - merecia ser citado. Isto é, me deram um título que eu jamais fiz por merecer!
Aí caiu a minha ficha e fui entender a razão de aqueles jornalistas encherem a bola minha, então presidente, e a do meu colega, então tesoureiro da Anpprev. A Anprev, por aquele tempo, instituíra um prêmio em dinheiro aos que faziam boas matérias sobre Previdência Social, e eles, ao encherem a nossa bola, estavam, sim, de olho naquela bufunfa!
Naquele dia, acabei com o tal prêmio, escondi os exemplares daquela revista, nunca a mencionei em minhas investidas eleitorais, por nojo e asco do que fizeram!
Em razão da notícia, o presidente Fernando Henrique Cardoso me chamou ao palácio e fui nomeado presidente da Comissão Nacional do Patrimônio Artístico. Isso faz quase vinte anos e até hoje não fui tomar posse do cargo! Afinal, eu era sindicalista e não recebia ordens de palácio!
A vantagem de se esconder na Cafuringa

Hoje, eu deveria ocupar o espaço que invadi neste Face, falando do aniversário de nossa neta Tainá, mas prefiro presenteá-la com algo que possa ser bom para ela no futuro: um Brasil bem melhor do que este em que vivemos. Ela nada entende disso, mas chagas como a corrupção, a violência, as desigualdades sociais comprometem este desejo de um avô preocupado com o futuro, não apenas da neta Tainá, mas de todas as crianças de nosso País!
Bem ou mal, graças a Deus existem muitas pessoas falando destes desmantelos. Portanto, prefiro abordar outra chaga, que equivale a mexer num vespeiro ou cutucar capeta com a vara curta, pois quero botar o dedo num desmantelo que poucos vêm demonstrando a coragem de enfrentar: falar mal da mídia brasileira. Confesso a minha falta de intimidade com o tema, pois nem sei se refiro ao que quero atacar como mídia, como média, como imprensa ou como sistema nacional de comunicação social.
Adianto que é pouquíssimo provável que os barões da imprensa se incomodem com o que mal pensa um sujeito do meu naipe e, independentemente do que irá escrito nestas linhas, eles continuarão tratando os canais de rádio e televisão como coisas suas, não como uma concessão da sociedade, sujeita a regras e, por que não, sujeita ao controle de seus verdadeiros donos: o povo brasileiro!?
Quase dez em cada dez brasileiros pensam que, uma vez concedida a alguém uma emissora de rádio ou tevê, ela passa automaticamente ao patrimônio do concessionário, que pode administrá-la ao seu bel prazer. Não e não, pois até mesmo as propriedades clássicas como terras se sujeitam ao interesse da sociedade, tanto que podem ser limitadas quanto ao seu uso e, em última análise, podem ser desapropriadas, se o interesse público assim entender.
Por séculos, vigorou em nosso País a regra segundo a qual o proprietário de terras, por exemplo, podia usar e abusar de sua propriedade, poluindo rios, arrancando árvores ou contaminando o solo. A velha regra foi modificada, ainda que não observada pela maioria. Na mesma cantiga de grilo, vão as demais modalidades de propriedade, todas - menos uma, a Dona Mídia - sujeitas ao controle da sociedade.
Com efeito, os donos de emissoras de rádio e canais de tevê se comportam como verdadeiros coronéis, que não devem satisfação a quem quer que seja, não pagam impostos, invadem áreas públicas, interferem no resultado de eleições, intimidam autoridades, sobretudo usando a arma da ridicularização ou propagação de acusações nem sempre comprovadas, e o que é pior, deseducam o povo, pois todo o esforço diário de milhões de pais de família, de professores e de todos aqueles que formam opinião é impiedosamente demolido pelos faustões da vida, pelas suas novelas e telejornais!
Controle da sociedade em cima deles! É o que eu, como eleitor, espero do próximos eleitos: presidente, deputados e senadores. Ops! Quase todos donos de emissoras de rádio e tevê. Quaquaquá!
Hoje, não!

Coisa de quase cem anos atrás, em Minas Novas, Lucas Chagas, meu tio bisavô, chegou muito bêbado de madrugada, mas minha tia Maria não permitiu que ele entrasse em casa. Um pesadíssimo toró inundava a cidade e ele berrou a plenos pulmões que iria descer a rua correndo e se atirar no Ribeirão Bonsucesso que descia furioso e cheio.
Falou e cumpriu e, atrás dele, numa desabalada correria, todos os meus parentes e, enfim, toda Minas Novas. Em poucos minutos, lá estava Lucas trepado no barranco do ribeirão. Ao ver o povo se aproximando, ele pôs o pé na água e disse: Hoje não, a água tá muito fria! Quase levou uma baita surra por não ter levado adiante o seu suicídio!
Habeas Corpus em favor de ´PEDRO ALEXANDRE MONTEIRO PEREIRA'

por Meire Coelho, segunda, 11 de Julho de 2011 às 18:08

Meretíssimos e Excelentíssimos Alexandre e Priscila

Um passarinho aqui pousou
E muito tristonho nos contou:
- o Pedrão não pôde vir comigo,
Por que ele está de castigo!
Passarinho nunca mente
E tem pavor de prisão,
Feito pra voar livremente,
Assim como o nosso Pedrão.
Ouvimos tudo atentamente,
Saído de seu biquinho,
E ele cantarolou alegremente:
- Vocês livrarão o Pedrinho!
É claro que coisa boa não fez,
Pra receber a reprimenda,
Ou não tirou boa nota no mês
Ou do colega comeu a merenda!
Mas por conta de qualquer malfeito
Diz a nossa Constituição
Que é princípio de direito
Alguém defender o Pedrão!
O Passarinho já fez a sua parte
E agora me cabe largar este copo
E com todo engenho e arte,
Preparar este habeas corpus.
Ademais a avó do menino
Comandante minha maioral
Por força de seu destino
É Conselheira Federal.
E conselheira da Ordem que é,
Tem o dever de fiscalizar
Se este advogado barnabé
Vai ou não representar?
Por isso saída não me resta,
Senão impetrar este agacê,
Exigindo nesta rimada peça
A imediata soltura do Pepê.
Primeiro, por sua pouca idade,
Apesar da elevada altura,
Segundo , pela precariedade
De suas magistraturas.
Ademais, diz o Direito
Que sem o processo devido
Ninguém está sujeito
A permanecer de castigo!
E que qualquer advogado,
De fralda ou suspensório,
Deve invocar o sagrado
Principio do Contraditório!
Levando em consideração
Também a dupla jurisdição,
Que no caso do Pedrão
Cabe a este Avozão!
Mas caso não reconsiderem
E acabem com esta pinimba
Mandem o nosso neném
Sofrer castigo na Cafuringa!
Ass. Dotô �
Hoje, não... a água tá muito fria!

Tamara chega perto e, em primeira mão, me informa que o homem que algemou o outro e amarrou em sua cintura bananas de dinamite acaba de se entregar à polícia que, também num espetáculo midiático à parte, toma conta do Setor Hoteleiro Sul, em Brasília.
Sem se descurar de suas tarefas neste solar de tábuas, Tamara, desde as nove da manhã, não tirou os olhos da tevê, coisa que com certeza fez uma china de brasileiros.
Muitos, cruzes, devem estar decepcionados com desfecho tão chinfrim, visto que sem a explosão daquelas dinamites, seguida de fragmentos de paredes e corpos voando sob o azulíssimo céu e calcinante sol deste Detrito Fede ral.
Lamentavelmente é assim, pois os humanos curtem ver tragédias, tanto as reais como aquelas fruto da imaginação dos escrevedores de livros sagrados, peças de teatro, novelas e filmes.
Muitíssimos anos atrás, um cearense trepou numa torre e ameaçou dela pular. O Brasil parou e ficou assistindo aquilo entre chiados e chuviscos de aparelhos de tevê branca e preta. De repente, a multidão começou a gritar "pula"... pula" e o candidato ao suicídio mijou pra trás, deixando todos frustados.
Em Belo Horizonte, vi, com estes olhos que não quero que a terra coma, um pavoroso incêndio lamber um edifício da Rua Rio de Janeiro. Quando chegou a primeira guarnição dos Bombeiros, a vaia foi tanta que o pobre do Cabo Corneteiro sequer conseguiu soprar a sua corneta, atrasando o início da debelação daquelas chamas.
Coisa de quase cem anos atrás, em Minas Novas, Lucas Chagas, meu tio bisavô, chegou de madrugada, mas minha tia Maria não permitiu que ele entrasse em casa. Um pesadíssimo toró inundava a cidade e ele berrou a plenos pulmões que iria descer a rua correndo e se atirar no Ribeirão Bonsucesso que descia furioso e cheio.
Falou e cumpriu e, atrás dele, numa desabalada correria, todos os meus parentes e, enfim, toda Minas Novas. Em poucos minutos, lá estava Lucas trepado no barranco do ribeirão. Ao ver o povo se aproximando, ele pôs o pé na água e disse: Hoje não, a água tá muito fria! Quase levou uma baita surra por não ter levado adiante o seu suicídio!
Hoje, não... a água tá muito fria!

Tamara chega perto e, em primeira mão, me informa que o homem que algemou o outro e amarrou em sua cintura bananas de dinamite acaba de se entregar à polícia que, também num espetáculo midiático à parte, toma conta do Setor Hoteleiro Sul, em Brasília.
Sem se descurar de suas tarefas neste solar de tábuas, Tamara, desde as nove da manhã, não tirou os olhos da tevê, coisa que com certeza fez uma china de brasileiros.
Muitos, cruzes, devem estar decepcionados com desfecho tão chinfrim, visto que sem a explosão daquelas dinamites, seguida de fragmentos de paredes e corpos voando sob o azulíssimo céu e calcinante sol deste Detrito Fede ral.
Lamentavelmente é assim, pois os humanos curtem ver tragédias, tanto as reais como aquelas fruto da imaginação dos escrevedores de livros sagrados, peças de teatro, novelas e filmes.
Muitíssimos anos atrás, um cearense trepou numa torre e ameaçou dela pular. O Brasil parou e ficou assistindo aquilo entre chiados e chuviscos de aparelhos de tevê branca e preta. De repente, a multidão começou a gritar "pula"... pula" e o candidato ao suicídio mijou pra trás, deixando todos frustados.
Em Belo Horizonte, vi, com estes olhos que não quero que a terra coma, um pavoroso incêndio lamber um edifício da Rua Rio de Janeiro. Quando chegou a primeira guarnição dos Bombeiros, a vaia foi tanta que o pobre do Cabo Corneteiro sequer conseguiu soprar a sua corneta, atrasando o início da debelação daquelas chamas.
Coisa de quase cem anos atrás, em Minas Novas, Lucas Chagas, meu tio bisavô, chegou de madrugada, mas minha tia Maria não permitiu que ele entrasse em casa. Um pesadíssimo toró inundava a cidade e ele berrou a plenos pulmões que iria descer a rua correndo e se atirar no Ribeirão Bonsucesso que descia furioso e cheio.
Falou e cumpriu e, atrás dele, numa desabalada correria, todos os meus parentes e, enfim, toda Minas Novas. Em poucos minutos, lá estava Lucas trepado no barranco do ribeirão. Ao ver o povo se aproximando, ele pôs o pé na água e disse: Hoje não, a água tá muito fria! Quase levou uma baita surra por não ter levado adiante o seu suicídio!
Blá, blá, blá
Genelício, personagem de Lima Barreto, se vivo fosse seria um quase colega, Procurador da Fazenda Nacional.
Autor de um único texto, toda vez que entrava um ministro novo, Genelício, munido de um dicionário, trocava as palavras, mudava de posição os parágrafos, usava adjetivos novos para bajular o novo chefe. Genelício publicava e batata: ou era mantido na chefia ou galgava cargo mais importante!
Escrevo na ordem direta e sem rodeios. Pelo menos, penso que sim. Aliás, procuro seguir uma regrinha de Winston Churchil, mais ou menos assim: Das palavras, procure usar as mais simples; das mais simples, prefira a menor!
Faça isso, a não ser que você seja economista, profeta ou astrólogo, ou alguém que queira ficar bem na fita do próximo ou da próxima presidente!
Por que a bolsa cai quando Dilma sobe?

Boa coisa não deve ser esta gangorra com os especuladores sentados numa ponta e a presidanta na outra!
Por que a bolsa sobe quando Marina sobe?
Será que isso se deve ao peso-pluma que é Marina, em contraposição ao peso-pesado chamado Dilma? 
Sou um zero à esquerda em coisas de economia, coisa que todos os economistas também são, pois não conheço ofício humano em que o resultado final é sempre o erro. Daí, só faço previsões depois que o fato acontece. Apenas me esqueço de fazer o que a maioria dos analistas de mercado costuma fazer:
Cuidam, antes de a merda acontecer, de escrever e publicar um artigo, ensaio, resenha ou algo parecido. De propósito ou por incompetência, não o escreve na ordem direta. Pelo contrário, alternam parágrafos dúbios, termos vagos, do mesmo jeito que os profetas escrevem as suas profecias e os astrólogos os seus horóscopos, onde, no mesmo dia, uma pessoa pode ganhar na loteria, como também ter batida a sua carteira. Assim, qualquer que seja o resultado, uma menção a ele, previamente colada ao texto, pode ser pinçada e ele: Viu como acertei! Não te falei?
Embora zero à esquerda, não sou bobo em fiar em economistas, nem em jogadores de Bolsa de Valores. Se Dilma incomoda essa corja, razão maior para que eu vá de Dilma!
Morreu e esqueceu de cair

Manhattan Connection,um programa veiculado num canal televisivo pago, na madrugada de domingo pra segunda, tornou-se jurássico, pois insiste em mostrar uma visão de mundo sobre o Brasil que não mais corresponde à realidade. Visão de mundo, nem tanto, pois o programa comete o ridículo de ser apresentado num suposto apartamento ou escritório em Nova Iorque, com a breguice de uma janela descortinando a Ilha de Manhattan, às vezes de uma tapera, supostamente em Veneza, de onde os seus apresentadores desancam o Brasil.
Manhattan Connection é estranho até no nome, pois como denominar em inglês um programa feito por brasileiros, se bem que brasileiros que odeiam o nosso País!
Foi-se o tempo em que era chique viajar ao exterior e voltar contando maravilhas, reais ou imaginárias, vistas lá. Isso, hoje, é coisa de provinciano, presunçoso e brega, sobretudo quando dito com o sentido de desqualificar o nosso País.
Parece coisa do veneziano Marco Polo, que oitocentos anos atrás viajou para a China e outras paragens desconhecidas dos europeus de então, voltou e legou ao mundo um importantíssimo cabedal de informações, mas também a maior coleção de mentiras de todos os tempos, que só foram desmascaradas quando os europeus viram aquelas remotas regiões do Planeta Terra com os seus próprios olhos.
Até doze anos atrás, raríssimos eram os brasileiros que podiam viajar pro estrangeiro. Com a tecnologia da informação ainda incipiente, impossível era saber a quantas andava o mundo sem se socorrer no que escreviam os jornalistas. Hoje, no mesmo segundo em que o chato do Diogo Mainardi, em sua tapera em Veneza, lê ou vê algo veiculado na grande rede, o meu amigo Demosthenes César, num cafundó chamado Minas Novas, lê e vê a mesma coisa.
Manhattan Connection, portanto, é tão útil, nos dias de hoje, como o telégrafo, o teletipo, a manga de lampião e o fax!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

C..... & andando & p...... colorido

Engana quem pensa que fico com a bunda pregada nesta cadeira, zapeando na rede e escrevendo o dia inteiro. Não, pois feito Platão (quanta pretensão!) sou um peripatético, na acepção grega do termo: o que pensa caminhando. E é isso que faz este patético que vos escreve: anda, anda pela Cafuringa, corre aqui e despeja os seus pensamentos. Mesmo em dia de colheita farta, não permaneço mais do que quinze minutos batucando nas teclas deste computador. Feito Spinoza (Nossa, outra pretensão!), o grande filósofo que só conseguia pensar, polindo, em seu ateliê, lentes de óculos, lunetas e telescópios, também me ocupo com as minhas carpintarias e invencionices. E delas saem muitas das baboseiras que posto aqui. Além do mais, as questões de Estado aqui no Reino da Cafuringa, sobretudo as minhas obras faraônicas, mal enjambradas e superfaturadas me tomam muito tempo. Mesmo homiziado e desterrado aqui, cumpro obrigações sociais - pelo menos dez por cento das que a Meire me convida. Vou de chá de bebê, casamento e até a enterro. Como bom fanadeiro que sou, confesso que tenho um prazer mórbido por enterros e costumo os achar muito mais animados e interessantes do que coisas como posse de desembargadores e ministros. Nada melhor do que ler lápides e imaginar como foram os que estão empacotados lá dentro. Aliás, olhando para os campos nada santos temos a privilegiada visão do quanto insignificantes somos. Por isso, melhor mesmo é viver cada segundo que nos é de direito. Rir, cantar, pular, beber, namorar, por fim, comemorar as boas coisas da vida. É o que vou fazer mais logo, pois hoje comemoraremos o terceiro aniversário da netinha Tainá, que se transcorrerá depois de amanhã!
Meire vai me matar, mas esta eu vou postar

Por pouco nasci no primeiro
No dia Primeiro de Abril
Por isso sou presepeiro
Mentiroso-mor do Brasil!

Nasci num castelo encantado
Num berço folheado a ouro
Nas barrancas do Fanado
Onde enterrei um tesouro

Com quatro anos de idade
Eu já montava num touro
Que pra minha felicidade
Não passava d´um besouro

Com cinco, na Irmandade,
Eu já carregava o cofre
E se não acham qué verdade
Que perguntem ao Onofre

Aos seis, aprendiz de ferreiro,
Nave espacial construí
Que decolava do Batieiro
Pelo amigo Evandro Duí

Com meu primo Zé Bustica
Construí uma catapulta
Daquelas que a gente risca
E explode o fidaputa

Aos sete, bem abusado,
Resolvi uma equação,
De como fazer o Fanado
Irrigar o Kazaquistão.

Aos oito fiz um biscoito
Assado nas pedras da rua
Mas Demosthenes bem afoito
Engoliu a massa crua.

Aos nove, numa alquimia,
Transformei água em pinga
Mas o meu amigo Bibia
Esvaziou a minha moringa

Aos dez, aprendi o grego,
E todas línguas da Babel,
Também arrumei emprego
Pro meu amigo Zé Miguel

Aos onze, achei um jeito
De progredir Minas Nova
Então procurei o prefeito
Mas quase levei uma sova

Aos doze, magrelo e feio
Quis achar u´a namorada
Então mandei pelo correio
Uma foto emprestada...

Com treze, por conta da foto
Dum tal Natalino Bucho
Na Itália, um terremoto
Em Turmalina, seu repuxo

E nada de vir as meninas
E eu com a mão calejada
Imaginando as serafinas
No meu trono na privada

Dos treze aos quase sessenta
Eu não posso reclamar
Pois bem umas quase trezentas
Quiseram comigo ficar.

Dispensarem-me umas duzentas
Me sobraram umas cem,
Mas pelos menos cinquenta
Me acharam um Zé Ninguém

Das cinquenta que sobraram
Em todas eu dei o bote
Quase todas reclamaram
Da curteza do meu dote

Realmente o dote é curto
Pois eu vivo de salário
Mas por mais que seja astuto
Eu não sou um milionário

Das nove que me sobraram
Pra oito, um noves fora
Também me consideraram
Metido, abusado e gabola...

Mas sou um cara de sorte,
Ainda que mentiroso,
Pois reina em minha corte,
Minha Meire, Meu tesouro!
TRIBUTO A ZÉ DURVAL!

Ao meu pai, que completaria 92 anos no dia de hoje

Quando saí do Fanado
Numa sambada Jardineira
Zé Durval, meu pai amado
Disse-me: não faça asneira!

Meta a cara nos estudos
Não ande em má companhia
Pois lhe dou uns cascudos
Se não nos der alegria...

Pelo mundo bati perna
E fui de tudo um pouquinho,
Fui astuto, fui palerma
Fui capeta, fui anjinho...

Mas os conselhos do meu velho
Que há tempos nos deixou
Sempre os tive por espelho
Um tesouro que nos legou

Assim, meu pai, neste dia
Dia de Cosme e Damião
Derrame em nossa família
Seu exemplo de retidão

De minha parte, gratidão
Por ter um pai especial
Muito obrigado, amigão
Obrigado ZÉ DE DURVAL!
sexta-feira, 27 de julho de 2012


Exame de Sangue

Meire pegou meu exame
E se meteu a o interpretar
E disse: Carlos, que vexame!
Sua cova pode cavar...

A glicose tá nas nuvens
Seus hormônios no Japão
Seu trigliceres,cruzes,
Quase chega a um milhão

Fiado na conclusão
De que eu iria morrer
Mandei fazer um caixão
Com as tábuas d´um Ipê

Passei a noite a beber
Todo o tipo de porcaria
Certo que ao amanhecer
Meu velório começaria

Imaginei a gritaria,
Ao lado do meu caixão
Também a hipocrisia:
Lá se foi um homem bão!

Mas o dia amanheceu
E eu acordei vivinho
O sol brilhando no céu
Nas árvores os passarinhos

Mas eu continuei cabreiro
Com aquelas loucas taxas
E mal saí do travesseiro
Meti o pé na cachaça

Rápido fiz o testamento
Redigido numa só linha:
Uma sela, um jumento
Era tudo o que eu tinha.

Liguei pra dois amigos,
Dos milhares que já tive
Um se zangou comigo
Me chamando de patife

Mas Meire foi ao doutor
Munida do papelório
E de lá, alegre, ligou,
Pode dispensar o velório!

Com uma notícia tão boa
Meti o pé na cachaça
E assei uma leitoa
Que só sobrou a fumaça!

Me livrei da desgraça,
Mas não do raio do banco
Pois cheques dei na praça
Até com valor em branco
Certo de que a cachaça
Me mataria num tranco