terça-feira, 7 de outubro de 2014

Alerta aos Coxinhas

O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo. São cerca de 550.000 presos. Se for verdade o que dizem por aí sobre a ineficiência da polícia, do emepê e da justiça, esses 500.000 presos correspondem algo em torno de 1% dos que deveriam estar encarcerados, em torno de cinquenta milhões de brasileiros (um quarto da população do Brasil)!
Grande parte desses quinhentos mil que se acham presos e também dos quarenta e nove milhões que estão soltos se deve à guerra, há anos em curso no Brasil.
Não diria guerra ou luta de classes, pois de um lado estão os marginalizados ou precarizados de nosso País e do outro, não os ricos e remediados, pois, em lugar de sujar suas mãos e partir pro confronto aberto e direto com o pobres, eles são substituídos pelo Estado e sua tropa de soldados, cabos, tenentes, peritos, delegados, cartorários, promotores, procuradores, juízes, desembargadores e ministros, além quase um milhão de nós advogados.
A coisa só não está mais preta por conta de programas sociais, de regimes de cotas e outras medidas que buscam a atenuação de nossas profundas diferenças sociais. Não fossem elas, hein?
Coxinhas, pensem nisso, pois se a coisa desandar o pau vai comer na cabeça de vocês!
Tia Zezé para Presidente do Brasil

A minha tia Zezé
Que eu amo de paixão
Me achou um Zé Mané
E me deu um beliscão
Ela prefere Aécio
E a Dilma eu engulo
Pois não sou bregueço
De votar branco ou nulo
Se a tia fosse candidata
Ela teria o meu voto
Pois ela é séria e sensata
Bem do jeito que eu gosto
Assim, em Dois Mil e Dezoito
Que surjam tias Zezé
Para que este eleitor afoito
Possa votar com mais fé!
- Carlos, você hoje transbordeaux!

Foi o que ouvi de Meire, ontem, ao chegar de seu clube de mulheres. Em princípio pensei que fui admoestado uxoriamente por ter entornado um francês e não o meu escocês Joãozinho Caminhador de todas as noites. Mas, hoje pela manhã, assim que acordamos, caiu a minha ficha, pois ela considerou que eu transbordei em meus posts de ontem. De fato, relendo-os agora, confesso que elevei à enésima potência o meu desapreço pelo candidato - não a pessoa de - Aécio Neves. Paciência, palavras, como flechas lançadas, não têm volta! Sobretudo palavras misturadas a vinho. Tal mistura certamente legou à humanidade frases, manifestos, tratados, revoluções, a maioria surgida em mesas de cafés parisienses! Mas isso não cai bem neste cafundó de Cafuringa. Por isso vou moderar nos meus vinhos e nos meus posts!
Impressões de um barnabé se metendo em política

Todos os olhos dos que se metem em análises políticas estarão voltados, nos próximos dias, para Marina Silva. Será que ela apoiará Aécio, neto do Velho Tancredo e cria da Velha Política? Será que que exercitará a arte de engolir sapos e perdoará Dilma e o Sapo Barbudo, mentor e fabricante de ambas? Ou será que fará cara de paisagem e retorne a seu seringal no Acre? Coisa difícil tirar conclusões sobre o que diz Marina, pois às vezes ela dá mostras de que não diz lé com cré, sem contar a sua capacidade de, pleonasticamente, ir adiante, voltar atrás ou hesitar entre as duas hipóteses.
Só os que creem piamente no que diz a Bíblia são capazes de acreditar que todos os vinte e dois milhões dos votantes em Marina, feito os que seguiram Moisés fugindo do Egito, irão acompanhá-la em sua decisão de, ou fingir de morta, ou apoiar Dilma ou apoiar Aécio. Marina é dona de um único voto - o seu - e influencia número significativo de eleitores, mas muito aquém dos vinte e tantos milhões que sufragaram o seu número nas urnas de ontem.
Cada um dos que se metem em análises puxa a sardinha pro seu lado. Se eu só tenho a certeza de sua influência sobre o seu próprio voto, mais alguns milhares ou poucos milhões, outros, no extremo oposto, deliram em imaginar vinte e dois milhões de cordeirinhos à espera de uma ordem de Marina.
Eleitores que votaram em Marina, mas não são de Marina, são aqueles que odeiam a política (muitos, o próprio Brasil), que odeiam os tucanos, odeiam os petistas e que, se ela um dia vir a ser eleita, odiarão marineiros ou marinistas. Num chute, penso que eles representam algo em torno de dez milhões. Como jamais mudam de opinião, eles certamente engrossarão as colunas das abstenções, dos nulos ou brancos.
Entre dez e doze milhões, cerca da metade compreende a turma jovem, ainda descalcificada politicamente, aquela que ainda não se definiu ideologicamente, se é que neste jabuticabal que é o Brasil alguém possa dizer em esquerda, centro e direita. Grande parte, candidata ao "coxinismo", irá pra Aécio ou engrossará também a galera dos absenteístas ou dos que anulam o voto ou deixam em branco os quadradinhos da urna eletrônica. A outra metade, ou algo próximo dela, poderá zapear, zapear e cravar o voto em Dilma, sobretudo os que, se não houvesse um Lula em suas vidas - melhor, na vida de seus pais - dificilmente conseguiria uma formação superior ou tecnológica.
Sobram algo em torno de cinco milhões, dos quais estimo que a metade é constituída por servidores públicos, postos na miséria remuneratória nos anos FHC, beneficiários de revisões salariais feitas por Lula, mas sentidos por não aumentos na era Dilma!
São os eleitores entre a cruz e a caldeirinha, pois se votarem em Aécio, com certeza estarão atirando nos próprios pés. Muitos farão isso ou por que as suas convicções políticas superam as ditadas pelos contracheques em fim de mês, ou porque não dependem só deles pra sobreviver ou, em última análise, porque confiam nos seus salvadores sindicalistas, coisa que fui um dia, mas não quero voltar a ser! Assim, mesmo putos ou justificadamente magoados, é provável que, de narizes tampados, deem uma nova chance ao Lula e a sua cria Dilma
Profecias de um profeta azarado

Exceto no poker e na previsão de chuvas, erro mais do que acerto, quando me meto a profetizar, adivinhar, fazer prognósticos ou coisa parecida. Por isso, fico sempre em cima do muro ou, no máximo, digo coisas incongruentes ou finjo que não ouvi a pergunta. Sobre política, então, errei tanto que amarguei surras eleitorais, crente de que sairia vitorioso. Portanto, não levem a sério o que adiante escreverei e ponderem que, desse fim-de-mundo da Cafuringa, não há como sair opinião que possa ser levada a sério.
Ontem, varado por ondas de choque decorrentes da tragédia que nos tirou Eduardo Campos, Meire me perguntou sobre o destino dos seus votos e, de repente, a minha bistunta, há tempos esvaziada das coisas da política, rangeu enferrujada e cuspiu uma garatuja de desenho assim: Marina Silva, apesar de adepta do criacionismo, da carolice e da ecochatice, repetirá a votação amealhada na eleição de 2010. Como acho perigosa a mistura de Bíblia com Constituição, produtora de coisas como a Faixa de Gaza, não terá o meu voto. Aécio perderá votos que foram de Marina e que retornarão ao seu seringal. Aécio não receberá os votos dos meus companheiros comunistas e socialistas, a maioria formada por ateus ou agnósticos, que jamais votariam numa religiosa praticante juramentada, como Marina, ou num amigo do Capital, como Aécio. Esses votos, numa quantidade que não sei avaliar, se amontoarão na pilha dos nulos, brancos ou na das abstenções, possível destino do meu. Farinha do mesmo saco esquerdista, alguma parte, boa parte ou a maior parte dos votos genuinamente eduardistas irá para Dona Dilma.
Se acertados os meus prognósticos, Aécio é o candidato que mais perde e periga nem ir pro segundo turno. Sorte dele é que sempre erro! Num possível segundo turno entre a carola e a ateia, o eleitor oscilará entre o jeito de durona de uma e a fragilidade aparente da outra; entre a laicidade de uma e a religiosidade de outra; entre o pragmatismo econômico de uma e o xiismo ecológico da outra; entre a orfandade de uma e a proteção de um sapo barbudo da outra...
Acho melhor me abster de adivinhações e tentar arranjar uma boquinha de gari na Alemanha, muito embora lá reine Angela Merkel!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A VISÃO DO OUTRO LADO
5/10/14 07:00 - Tribuna do Leitor
Cavalo paraguaio x bobo da corte

Acompanho diariamente as mensagens nessa Tribuna e acho que a maioria é excelente e de muito bom proveito, mas outras muito infelizes. Não pertenço a nenhum partido e é a primeira vez que escrevo para esta coluna e faço em repudio ao texto do senhor Perazzi de Aquino.
Eu faço porque já cansei de ler muitas baboseiras escritas por ele. No texto de 2/10, ele se vangloria em dizer que a candidata à Presidência da República, Marina Silva, teve um início de campanha excelente e caiu, por isso ele a trata de cavalo paraguaio.
Senhor, Aquino, eu acho muito melhor ser cavalo paraguaio do que bobo da corte. O senhor defende muito o PT e sua corja talvez por interesse próprio. Marina Silva foi uma das fundadoras do PT, mas deixou-o, cansada de ver tanta corrupção e desmandos desse partido. Que mal pode-se dizer dessa candidata? Eu mesmo de nada sei, ao passo que o Lula não viu nada do chamado mensalão e a Dilma, mesmo presidindo o conselho da Petrobras, tambem não viu nada e deixou a nossa maior empresa na pior situação possível atualmente. E os centenas de golpes descobertos e outros ainda para serem desvendados desse governo e desse partido?
Nós não aguentamos mais ver tanta roubalheira desses últimos governos. O senhor deveria tambem estar preocupado com isso e não fazer graça da situação da candidata Marina. Senhor Aquino, acho preferível ser cavalo paraguaio e perder eleições com dignidade e honradez do que ganhá-las da forma que o PT vem ganhando. Cego é quem não quer ver!
Maria Elisabete Cardoso
O meu negócio agora é esporte.

Fui ao estupendo Mineirão, levando o meu neto Lucas, onde vimos Cruzeiro e Internacional. Fazia muito tempo que não ia a estádios de futebol. Ficamos numa arquibancada superior, atrás de uma das traves. Para quem está habituado a ver partidas pela tevê, a visão que tive do jogo é fantástica e só aí pude entender o por que de o Cruzeiro estar fazendo a diferença. Parece que os jogadores têm imãs nas chuteiras, pois é incrível como conseguem trocar passes com tanta eficiência e praticamente monopolizarem as posses de bola! Dá prazer ver aquela molecada jogando. Acho que vou ao Mineirão mais vezes, com o perdão dos amigos americanos e atleticanos!
Foi dada a largada...

Fui ali e dei uma espiada na grande e caquética mídia e ela vai errar feio novamente, pois dá como certa a ida dos votos dados a Marina para Aécio. Continuo no PSB, não segui o partido em seu voo de galinha e fico pensando nos meus companheiros apoiando Aécio. Mais fácil eles se suicidarem, quebrarem a urna ou não comparecerem! Além deles, votaram em Marina muitos coxinhas (que vão pro Aécio), os desbussolados (cujos votos giram feito biruta de aeroporto) e os revoltados crônicos (que nem nas próprias mães votam). Mas a maior parte é a dos "Maria vai com as outras". Como apostaram em cavalo paraguaio e se ferraram, a tendência é apostar na égua da dianteira, não no pangaré que atrás dela está comendo poeira. Palavra de quem nada entende de turfe ou política!
Cavalo paraguaio: aquele que, no turfe, sai na frente e acaba na rabeira

Em 2006, o Estrago de Minas - o grande jornal dos mineiros - me colocou entre os dez deputados federais com chance de reeleição. Isso fez com que eu me estufasse feito um sapo, meus apoiadores se acomodassem no clima do já ganhou e os meus adversários partissem sobre mim feito urubus sobre uma carniça. Feito um cavalo paraguaio, perdi o mandato. Lembrando o sábio gaúcho e saudoso deputado Amaury Muller, fiz um "voo de galinha", aquele gadinho de pena que corre rápido e dá mostras que alcançará a estratosfera, mas que sobe pouco mais de um metro de altura e se esborracha, espalhando pena pra todo o lado! Palavra de um crônico perdedor eleitoral.
O bigode do Fidélis, a pulga e o chato

Dizem que uma pulga e um chato, muito amigos, estavam sentados em uma pracinha em São Paulo, como faziam diariamente. De repente, passa um cachorro grande e peludo e o chato cutuca a pulga e sugere: vá lá e agarra no pêlo dele. Dito e feito e a pulga subiu na cacunda do cachorrão, mas logo retornou dizendo que não havia gostado, porque ele estava muito limpo e escovado. Passa um tempo, a pulga vê passando um mendigo bem peludo, sujo e esfarrapado e sugere que o chato se agarre a ele. O chato foi e se aninhou no saco do mendigo, enquanto a amiga pulga ficou ali sentada, aguardando o retorno do inseparável amigo. Horas se passaram... dias... meses e a pulga, morta de saudades do amigo, não se conformava e era só arrependimento por ter feito aquela sugestão. Quase dois anos depois, passeando pela Rua Augusta, a pulga deu de cara com o amigo chato e foi logo perguntando a razão de tamanha demora. E o chato: - Amiga pulga, você mandou que eu trepasse no saco daquele mendigo, dormi e só ontem consegui me soltar do bigode do Fidélis, assim que ele o penteou e foi pro debate da Rede Globo.
Dúvida assaz retrós

A única forte impressão que me ficou do debate de ontem foi o bigode em forma de rabo de andorinha do candidato Fidélis. Será o que ele passa nele? Quem é o engraxate que fez o serviço? Será que ele o raspará, caso consiga sair do armário ou ser eleito presidento? Com a palavra o Ibope, o Datafolha e o Blog do Banu!
O rabo alheio

Não existe corrupto
Sem que haja corruptor
E quem recebe um puto
É um péssimo eleitor
"Corrupto é o outro
E eu sou cara de bem
Não sou vil nem escroto
Porque só pego vintém"
É a lógica brasileira
E é pra lá de estranha
Pois só a outra carteira
É a que faz vergonha
Vamos parar c´a mania
Pois isto é muito feio
Além de ser u´a covardia
Querer puxar rabo alheio
É como dizia João Lelé:
Ladrão é quem rouba milhão
Mas ladrão também o é
Quem rouba picolé ou pão!
Mentalizei estes pés quebrados, entre a Basevi e a Cafuringa, pois dei carona para um peão conhecido e ele me perguntou se eu sabia de algum candidato que estava dando tijolos ou telhas. É muita cara de pau!
Assim era a era FHC

Dona Ruth Cardoso, passando perto de Itinga, no Vale do Jequitinhonha, ficou admirada com uma verdejante árvore em meio a uma paisagem lunar e calcinante e quis chegar perto. Um assessor pediu que ela aguardasse, pra que ele examinasse se não havia cobra ou outro animal peçonhento por perto. Chegando embaixo do arvoredo, o assessor deparou com um sujeito ali agachado e gritou: - Sai fora, sujeito, pois a dona Ruth, mulher de FCH quer vir aqui. E o sujeito: ué, quer dizer que o marido dela não deixa a gente comer e ela não deixa a gente cagar? Era assim na era FHC
Bandeira Grande, berço dos Ferreira Coelho (meu tronco paterno)

Com toda a certeza, a Bandeira de Leme do Prado chegou a Minas Novas pelo Morro da Chapada e foi de sua franja que aquele bando, sujo e esfarrapado, avistou um ribeirão com o fundo forrado do mais puro ouro: o Ribeirão Bonsucesso. A minha certeza se reforça, na medida em que, poucos quilômetros antes do ribeirão, existe um lugar chamado Bandeira Grande e que recebeu este nome porque foi lá que aquelas dezenas de paulistas e índios se acamparam. Lá, ainda hoje, graças ao meu tio Tiãozinho de Durval Ferreira Coelho, minha tia e prima Sãozinha e meu primo Adão Domingos, os matos são altos, a terra é boa e a água é pura e cristalina, vale dizer, o melhor lugar para aquela BANDEIRA GRANDE se instalar. É provável que a velha casa, bem preservada pelos meus parentes, foi erguida assim que resolveram permanecer em Minas Novas. Em minhas pesquisas, achei um quinto ou sexto avô meu - JOÃO FERREIRA COELHO comandando uma tropa de garimpeiros, em 1.757, na Serra de Grão Mogol (pesquisa feita no clássico MEMÓRIAS DO DISTRITO DIAMANTINO, de Joaquim Felício dos Santos, editado em 1.856), Com certeza João Ferreira Coelho ou é filho de um dos bandeirantes ou é o próprio bandeirante que acompanhou Sebastião Leme do Prado, naquela saga. Antonico Ferreira Coelho, meu pentavô - o homem que levou uma sentada do Grande Guido Marlieri, por volta de 1822, pois pedira autorização para matar índios - também morou lá, assim como Juvenato Ferreira Coelho, meu bisavô e o meu saudoso avô Durval Ferreira Coelho.