terça-feira, 30 de setembro de 2014

A vantagem de se esconder na Cafuringa

Hoje, eu deveria ocupar o espaço que invadi neste Face, falando do aniversário de nossa neta Tainá, mas prefiro presenteá-la com algo que possa ser bom para ela no futuro: um Brasil bem melhor do que este em que vivemos. Ela nada entende disso, mas chagas como a corrupção, a violência, as desigualdades sociais comprometem este desejo de um avô preocupado com o futuro, não apenas da neta Tainá, mas de todas as crianças de nosso País!
Bem ou mal, graças a Deus existem muitas pessoas falando destes desmantelos. Portanto, prefiro abordar outra chaga, que equivale a mexer num vespeiro ou cutucar capeta com a vara curta, pois quero botar o dedo num desmantelo que poucos vêm demonstrando a coragem de enfrentar: falar mal da mídia brasileira. Confesso a minha falta de intimidade com o tema, pois nem sei se refiro ao que quero atacar como mídia, como média, como imprensa ou como sistema nacional de comunicação social.
Adianto que é pouquíssimo provável que os barões da imprensa se incomodem com o que mal pensa um sujeito do meu naipe e, independentemente do que irá escrito nestas linhas, eles continuarão tratando os canais de rádio e televisão como coisas suas, não como uma concessão da sociedade, sujeita a regras e, por que não, sujeita ao controle de seus verdadeiros donos: o povo brasileiro!?
Quase dez em cada dez brasileiros pensam que, uma vez concedida a alguém uma emissora de rádio ou tevê, ela passa automaticamente ao patrimônio do concessionário, que pode administrá-la ao seu bel prazer. Não e não, pois até mesmo as propriedades clássicas como terras se sujeitam ao interesse da sociedade, tanto que podem ser limitadas quanto ao seu uso e, em última análise, podem ser desapropriadas, se o interesse público assim entender.
Por séculos, vigorou em nosso País a regra segundo a qual o proprietário de terras, por exemplo, podia usar e abusar de sua propriedade, poluindo rios, arrancando árvores ou contaminando o solo. A velha regra foi modificada, ainda que não observada pela maioria. Na mesma cantiga de grilo, vão as demais modalidades de propriedade, todas - menos uma, a Dona Mídia - sujeitas ao controle da sociedade.
Com efeito, os donos de emissoras de rádio e canais de tevê se comportam como verdadeiros coronéis, que não devem satisfação a quem quer que seja, não pagam impostos, invadem áreas públicas, interferem no resultado de eleições, intimidam autoridades, sobretudo usando a arma da ridicularização ou propagação de acusações nem sempre comprovadas, e o que é pior, deseducam o povo, pois todo o esforço diário de milhões de pais de família, de professores e de todos aqueles que formam opinião é impiedosamente demolido pelos faustões da vida, pelas suas novelas e telejornais!
Controle da sociedade em cima deles! É o que eu, como eleitor, espero do próximos eleitos: presidente, deputados e senadores. Ops! Quase todos donos de emissoras de rádio e tevê. Quaquaquá!

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