segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Meire vai me matar, mas esta eu vou postar

Por pouco nasci no primeiro
No dia Primeiro de Abril
Por isso sou presepeiro
Mentiroso-mor do Brasil!

Nasci num castelo encantado
Num berço folheado a ouro
Nas barrancas do Fanado
Onde enterrei um tesouro

Com quatro anos de idade
Eu já montava num touro
Que pra minha felicidade
Não passava d´um besouro

Com cinco, na Irmandade,
Eu já carregava o cofre
E se não acham qué verdade
Que perguntem ao Onofre

Aos seis, aprendiz de ferreiro,
Nave espacial construí
Que decolava do Batieiro
Pelo amigo Evandro Duí

Com meu primo Zé Bustica
Construí uma catapulta
Daquelas que a gente risca
E explode o fidaputa

Aos sete, bem abusado,
Resolvi uma equação,
De como fazer o Fanado
Irrigar o Kazaquistão.

Aos oito fiz um biscoito
Assado nas pedras da rua
Mas Demosthenes bem afoito
Engoliu a massa crua.

Aos nove, numa alquimia,
Transformei água em pinga
Mas o meu amigo Bibia
Esvaziou a minha moringa

Aos dez, aprendi o grego,
E todas línguas da Babel,
Também arrumei emprego
Pro meu amigo Zé Miguel

Aos onze, achei um jeito
De progredir Minas Nova
Então procurei o prefeito
Mas quase levei uma sova

Aos doze, magrelo e feio
Quis achar u´a namorada
Então mandei pelo correio
Uma foto emprestada...

Com treze, por conta da foto
Dum tal Natalino Bucho
Na Itália, um terremoto
Em Turmalina, seu repuxo

E nada de vir as meninas
E eu com a mão calejada
Imaginando as serafinas
No meu trono na privada

Dos treze aos quase sessenta
Eu não posso reclamar
Pois bem umas quase trezentas
Quiseram comigo ficar.

Dispensarem-me umas duzentas
Me sobraram umas cem,
Mas pelos menos cinquenta
Me acharam um Zé Ninguém

Das cinquenta que sobraram
Em todas eu dei o bote
Quase todas reclamaram
Da curteza do meu dote

Realmente o dote é curto
Pois eu vivo de salário
Mas por mais que seja astuto
Eu não sou um milionário

Das nove que me sobraram
Pra oito, um noves fora
Também me consideraram
Metido, abusado e gabola...

Mas sou um cara de sorte,
Ainda que mentiroso,
Pois reina em minha corte,
Minha Meire, Meu tesouro!

Nenhum comentário:

Postar um comentário