Como cuidar bem da mulher do chefe
E, com isso, obter promoção
E, com isso, obter promoção
Um livro de auto-ajuda para
melhorar as relações entre chefes e subordinados
C.D.MotaCoelho
Minifácio
Salvo por algum resquício
perdido em minha memória, todos esses minicontos são fruto da minha imaginação,
sã ou malsã. A maioria não corresponde nem de longe a situações por mim
vividas, assistidas ou que delas tomei conhecimento. De uma parte, confesso,
fui agente, paciente, assistente ou ouvinte. De outra, ínfima, os fatos se
desenrolaram tal qual eu os conto. Aliás, se ínfima não fosse, mentiroso eu
seria, pois nem Don Juan conseguiria chegar a tanto! Três deles, no entanto, eu
os reconto, pois os pesquei no vasto repertório que circula de boca em boca ou
nas páginas da internet.
Introdução
Contos por alguns contos
Por que me meti na pornografia?
Por que me meti na pornografia?
Pio,
casto e fervoroso congregado mariano e irmão do Rosário, eu também era razoável
escritor de hagiologias, homilias e sermões, quando recebi um inusitado convite
para escrever contos em uma revista de mulher pelada. Num primeiro momento,
titubeei ao me ver ardendo nas chamas do inferno. Eu vivia num crônico apuro
financeiro, pois o cônego era um pão-duro e nem todos os noivos me pagavam
pelas aulas preparatórias que eu, casto, solteirão e aluno de Seu Levy,
ministrava. Fui ao cônego tentar um ordenado fixo, mas ele apontando para mim o
versículo, dedo em riste, assim leu: “Ganharás o pão com o suor do teu rosto.”,
dando-me a entender que o que eu fazia era por devoção, não por profissão. Ele,
com muxoxos e esgares, ainda criticou em mim a mania de repetir em meus textos
a frase “certo dia, todavia”. Achei aquilo tudo um desaforo, mas fiquei
aliviado ao folhear outra parte do livro sagrado onde li que o Rei David foi
direto para o céu, mesmo tomando e transando com Betsabá de Urias, num engodo
que custou a vida daquele péssimo soldado, de propósito colocado na linha de
frente, como general, por aquele monarca tão abusado. Aí não pensei duas vezes
e o convite aceitei, mandando para a revista o meu primeiro texto, em que uma
catequista fugiu com um anabatista. Aí todos os meses eu ia ao banco, sacava
alguns contos, recebidos em razão dos meus contos, ia à banca de revistas e
comprava um exemplar, onde eu, todo orgulhoso, lia meu texto e valia-me do pretexto
para me extasiar com aquela profusão de mulheres que me inspiravam na redação
do conto seguinte. Certo dia, todavia, confundi-me completamente, pois mandei o
sermão para a redação da revista de mulher pelada e o texto de sacanagem para a
pasta de marroquim do cônego. Missa lotada e eu sem me dar conta da distração,
eis que o cônego começa a sua peroração: - Como era boa a Madalen... Pausa e
todos percebem a sua estupefação ao dar uma passada de olhos naquele sermão,
ponteada por ares de satisfação. Entrementes, na revista, meu texto sem
qualquer revisão, foi direto para a publicação e só deram pelo engano, quando
ela já estava nas bancas. Exonerado do sagrado e do profano e não tendo como
prover o meu sustento, escrevi os contos que seguem publicados, na esperança de
apurar alguns trocados.
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