segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Viva a Vida!


Meire, com a maior disposição, saltou da cama bem cedo, coisa, aliás, que ela faz todos os dias, em sua azáfama de dona de mim, dona de casa, advogada, presidente de cooperativa, sindicalista, ativista de direitos da mulher, doutoranda e professora universitária.
Mas, hoje, Meire levantou disposta a finalizar a organização da Noite de Natal da Cafuringa, coisa que já vinha fazendo nos últimos dias, nas parcas parcelas de tempo que lhe sobram. De suas mãos de fada
, um saboroso vatapá já está pronto e sua feitura foi entremeada pelo capricho com que decorou a nossa casa, desde a disposição dos vasos de flores, dos móveis e quadros, até a colocação dos presentes na árvore de natal.
Volta e meia, ela interrompe o meu ofício de escrever e me pede alguma coisa, do tipo subir numa escada e bater um prego, verificar a existência de gelo e carvão e todas essas atribuições de quem, como eu, está de “jaquê”. 
Neste momento, os seus dotes de chef de cozinha, diplomada pelo renomado Lake´s, se concentram na finalização dos pratos que logo mais degustaremos, enquanto eu fico a imaginar o quanto perdemos por longos anos de vida pública, privados da deliciosa banalidade da vida. Quantos natais, quantos aniversários, quantos “ficar de papo pro ar” nos foram sonegados!
Escrevendo, ouço a tevê dizer de como parlamentares, hoje presos, passarão a Noite de Natal! Ouço e dou graças a Deus por passar a data, como faço há seis anos, neste delicioso fim-de-mundo chamado Cafuringa, ao lado de minha querida Meire, nossos entes queridos, amigos e a gente simples da Rua 18!
E Viva a Simplicidade da Vida!

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