segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Atentado à comida da filha do General Ernesto Geisel, em plena Ditadura!

O casal Alvacira Nepomuceno e Urias Sena Costa, ele Coletor Federal, ex-prefeito de Minas Novas, professor de Português e de Latim e futuro advogado, se preparou para hospedar em sua residência AMÁLIA LUCY, filha única do Presidente da República, o General Ernesto Geisel, para quem Chico Buarque de Holanda compôs VOCÊ NÃO GOSTA DE MIM, MAS SUA FILHA GOSTA. 
Amália Lucy andava pelo Brasil pesquisando o nosso rico folclore, ela que foi presidente da Funarte, e Minas Novas se tornou um dos seus preferidos destinos turísticos, porque, justiça seja feita, era uma pessoa simples, sensível e culta e encontrou em nossa cidade ares que se encaixavam em seu jeito de ser, avesso às badalações da corte e dos grandes centros, como o Rio e São Paulo.
Dona Alvacira, semanas antes, arregimentou um exército de doceiras, quituteiras, merendeiras, cozinheiras e licoreiras, tendo Mariana de Justino no comando e sortiu sua geladeira, despensa e demais dependências de seu confortável solar com os mais variados e apetitosos exemplares de nossa rica culinária fanadeira, pois além do insaciável bucho presidencial, outras dezenas de outros buchos fanadeiros deveriam ser cheios naqueles dias em que permaneceria em Minas Novas aquela moça que Juca Chaves comparou ao Hino Nacional Brasileiro: grande, feia e que ninguém canta. De fato, por conta da ditadura então vigente, os brasileiros não gostavam de cantar o nosso hino, a ponto de achá-lo, além de grande, muito feio!
A cidade se engalanou e o CRAMN escancarou as suas portas. Amália não gostava de dançar, mas, à sua volta, casais de bailarinos rodopiavam no salão, como Pedro Bizorreta, Cajubi, Heli de Isaías, Valdez Coimbra Maciel, apenas para citar os ases das pistas de baile fanadeiras.
Mas, enquanto rodopiavam no piso de tábuas corridas do velho teatro, transformado em clube, um bando de meninos, esgrimidos nos gradis das três grandes portas do CRAMN, arquitetava e punha em prática um assalto... Pasmem! um assalto em plena ditadura... E um assalto justo na comida destinada à filha do ditador-general-presidente da República ERNESTO GEISEL!
Da cozinha, passando pelo corredor, sala, varanda e se espichando pela rua em frente, pela Praça da Prefeitura e por toda Minas Novas, enfim, um rastro de manchas de caldas de pudim, manjar de coco, ossos de frango, farofa, tarecos, gaúchos e biscoitos de goma!
Cacau de Candinha de Mané Mocinha era o general, Natércio Bizorreta, o seu lugar-tenente, e soldados, Tita de Luquinhas, Beto de Antônio Buque, Rei de Gentil, Dadá de Zé Puinha, Jairo de Tristão, Tein de Luquinhas de Lucas, Joubert de Cajubi, Duí de Diva de Edgard, Nego de Eufrásia – Mudinho de Petronilia, Toni Catitu, Paulo Antônio, Zé Walter de Nato Melancia compunham a Tropa de Elite, que também contava com amadores como Ernani de Dona Celuta, Lalau de Zé Camargos, Gão de Dr. Vicente e Jenison Fião, filho do próprio anfitrião Urias Sena. (Nomes relembrados por Carlos Antônio Cacau).


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