terça-feira, 30 de setembro de 2014

Morreu e esqueceu de cair

Manhattan Connection,um programa veiculado num canal televisivo pago, na madrugada de domingo pra segunda, tornou-se jurássico, pois insiste em mostrar uma visão de mundo sobre o Brasil que não mais corresponde à realidade. Visão de mundo, nem tanto, pois o programa comete o ridículo de ser apresentado num suposto apartamento ou escritório em Nova Iorque, com a breguice de uma janela descortinando a Ilha de Manhattan, às vezes de uma tapera, supostamente em Veneza, de onde os seus apresentadores desancam o Brasil.
Manhattan Connection é estranho até no nome, pois como denominar em inglês um programa feito por brasileiros, se bem que brasileiros que odeiam o nosso País!
Foi-se o tempo em que era chique viajar ao exterior e voltar contando maravilhas, reais ou imaginárias, vistas lá. Isso, hoje, é coisa de provinciano, presunçoso e brega, sobretudo quando dito com o sentido de desqualificar o nosso País.
Parece coisa do veneziano Marco Polo, que oitocentos anos atrás viajou para a China e outras paragens desconhecidas dos europeus de então, voltou e legou ao mundo um importantíssimo cabedal de informações, mas também a maior coleção de mentiras de todos os tempos, que só foram desmascaradas quando os europeus viram aquelas remotas regiões do Planeta Terra com os seus próprios olhos.
Até doze anos atrás, raríssimos eram os brasileiros que podiam viajar pro estrangeiro. Com a tecnologia da informação ainda incipiente, impossível era saber a quantas andava o mundo sem se socorrer no que escreviam os jornalistas. Hoje, no mesmo segundo em que o chato do Diogo Mainardi, em sua tapera em Veneza, lê ou vê algo veiculado na grande rede, o meu amigo Demosthenes César, num cafundó chamado Minas Novas, lê e vê a mesma coisa.
Manhattan Connection, portanto, é tão útil, nos dias de hoje, como o telégrafo, o teletipo, a manga de lampião e o fax!

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