Carlos Mota Caso a Caso

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Em campanha em Araçuaí me encontrei com uma berilense, paquera de infância e ela me pediu um "emprego de juiza". Tentei convece-la da exigencia do concurso, mas ela continuou insistindo e eu desisti. Quatro anos depois, soube que ela não iria votar em mim porque prometi a magistratura mas não cumpri. Kkkk

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Carlos Mota

Como todo e qualquer ser humano, seja aqui na Corte, seja no corte de cana em São Paulo, na beira do Fanado, na Champs Elisee, na savana africana, eu sempre estou pensando em alguma coisa, nem que seja numa bobagem qualquer. Ás vezes penso pra trás, de olho pelo retrovisor, mas logo ponho meus olhos na proa, pois senão posso capotar ou acertar a traseira dos que seguem em frente. Não é de meu feitio ultrapassar, pois todos, por mais lentos que sejam, têm o direito de trafegar livre e tranquilamente na estrada da vida. Nessa estrada, todos os carros são iguais, independentemente da quantidade de cilindradas, da marca, da cor e do ano de fabricação. Muitos, no entanto, não andam, pois uma minoria insiste em guardar para si - e nunca os compartilhar - o combustível que deveria alimentar todos, indistintamente. Por isso, os acostamentos da estrada da vida vivem repletos de sucatas e carros pifados. Como a maioria que nela transita, não vou seguro, nem mesmo sei aonde essa estrada vai dar. Apenas transito e uma única certeza viaja comigo: não sei em que curva, nem quando, mas sei que um dia, como todos os viajantes, irei capotar! Mas, mesmo que isso possa acontecer alguns metros adiante, sigo curtindo a beleza da paisagem circundante.