segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Miniconto 4


Por aquele tempo eu não conseguia distinguir pneu de motor, mas mesmo assim ela me pediu para que eu fosse à sua casa para colocar em funcionamento a sua velha motocicleta. Aliás, nos dias que antecederam tal convite, ela não parava de chamar de imprestável e preguiçoso o senhor seu marido, um tipo que eu conhecia de vista, mas que me parecia muito mau e perigoso. Lá fui. No fundo de sua garagem, em meio a cadeiras velhas, eletrodomésticos pifados e um sem fim de quinquilharias, custei a enxergar a velha Monark ali encostada. Assim que a vi, notei desconectado um cabo de sua ignição. Mas quando já me prontificava para ligá-lo, ela puxou-me violentamente pela mão e, candidamente, foi me conduzindo para o interior da casa, dizendo-me que iria preparar um café. Antes, porém, resolveu mostrar-me todos os aposentos. Quando chegamos ao seu quarto, um susto! Ela simplesmente derrubou-me sobre a sua cama e começou a fazer comigo todo o tipo de coisas que não devo revelar aqui. Mas cismei que o senhor seu marido estava chegando, dei um salto pela janela, num segundo cheguei á garagem, conectei o cabo de vela, dei partida na moto e me mandei, arrastando a sua meia-calça presa à fivela de meu cinto! Ao chegar de volta ao trabalho, vi à porta estacionado o quão temido marido, impaciente e à espera dela, que gentilmente me agradeceu pelo conserto da moto, me gratificou e ainda me ajudou a desengarranchar da fivela de meu cinto a peça íntima de sua digníssima esposa, pedindo-me que a perdoasse por tamanha displicência.




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